sexta-feira, 1 de maio de 2020

O despertar de um novo caminho



Imagem de: Camada de ozônio está se recuperando e restaurando circulação de ventos


Devido ao contexto da pandemia, reconectei-me com a preciosidade do refletir a partir da observação interna e externa da realidade.

Março de 2020, a vida da maioria da população  “vira de ponta cabeça”, de um dia para o outro. Temos que nos refugiar em nossas casas... sem compreender direito a dimensão do problema e de seu contágio. Algo que nos faz refletir sobre a impermanência da vida... Invisível, o vírus não escolhe classe social ou econômica para atacar. Somos instados ao isolamento pelo medo, vivenciamos a angustia e nos deparamos com a Finitude que nos leva a um estado meditativo sobre o significado do viver e do morrer.

Partindo da análise das grandes epidemias que ocorreram no mundo e no Brasil em séculos passados, como exemplo a chegada de grandes embarcações nos portos e dos europeus. Observamos que a história se repete... outras epidemias já existiram, e nem todos puderam se proteger.

Infelizmente, observamos todos os dias “aquele” que está no poder desdenhar do confinamento e dificultar as medidas de proteção para toda a população, principalmente a mais pobre e de rua.
O momento pede para deixarmos as repetições do passado, e evitarmos os tiranos no poder. Para tanto, precisaremos minuciosamente “olhar para dentro” para encontrar o “tirano” que existe dentro nós. Curá-lo e reconecta-lo com a sua humanidade pacífica e altruísta de fala, pensamento e atitudes.

Mas como “virar a chave”, para evitar as repetições que a história nos conta?

- Compreendendo que não podemos mais "cair no buraco"... para isso, vamos precisar desacelerar, silenciar, espelhar, respirar profundamente e ampliar o espaço interno para redirecionar o nosso caminho interior.

Na minha vida pessoal e como psicoterapeuta, trago os ensinamentos budistas para me ajudarem. Sempre que um paciente não percebe as repetições no enredo de sua vida, conto-lhe uma história para ajudá-lo no seu processo de transformação.
Pois somos levados pelo mar do inconsciente a repetir os nossos erros... E só a partir das relações de ajuda, das relações de vínculo e confiança com um profissional da psique, que poderemos observar lentamente o emergir para a mudança ocorrer.

O poema, “ Autobiografia em 05 capítulos”, fala a todos nós.

1.   Ando pela rua. Há um buraco fundo na calçada. Eu caio, estou perdido... sem esperança. Não é culpa minha. Leva uma eternidade para encontrar a saída
2.   Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada, mas finjo não vê-lo. Caio nele de novo. Não posso acreditar que estou no mesmo lugar. Mas não é culpa minha. Ainda assim leva um tempão para sair.
3.   Ando pela rua. Há um buraco fundo na calçada. Vejo que ele ali está, ainda assim caio... é um hábito. Meus olhos se abrem, Sei onde estou. É minha culpa. Saio imediatamente.
4.   Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada.Dou a volta.
5.   Ando por outra rua.

O despertar de um novo caminho exigirá o esforço conjunto para pegarmos uma nova rota, andar por outra rua. Esforço para transformação dos valores e de vida comunitária, para assim sermos seres humanos melhores para o outro e com mais consciência planetária. Como este planeta da foto acima, sem o buraco de ozônio e com a luz da sua magnificência. Só assim, sobreviveremos a nova realidade - pelo simples, pela colaboração, pela paz, pelo ético e estético da natureza externa e interna.

Um forte abraço, Renata Calixto.
crp 06/44264-7

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@renatacalixtopsi  01/05/2020