Devido ao contexto da pandemia, reconectei-me com a preciosidade do refletir
a partir da observação interna e externa da realidade.
Março de 2020, a vida da maioria da população “vira de ponta
cabeça”, de um dia para o outro. Temos que nos refugiar em nossas casas... sem compreender direito a dimensão do problema e de seu contágio. Algo que nos faz refletir sobre a impermanência da vida... Invisível, o vírus não escolhe classe social ou econômica para atacar. Somos instados ao
isolamento pelo medo, vivenciamos a angustia e nos deparamos com a Finitude que
nos leva a um estado meditativo sobre o significado do viver e do morrer.
Partindo da análise das grandes
epidemias que ocorreram no mundo e no Brasil em séculos passados, como exemplo
a chegada de grandes embarcações nos portos e dos europeus. Observamos que a
história se repete... outras epidemias já existiram, e nem todos puderam se proteger.
Infelizmente, observamos todos os
dias “aquele” que está no poder desdenhar do confinamento e dificultar as
medidas de proteção para toda a população, principalmente a mais pobre e de rua.
O momento pede para deixarmos as
repetições do passado, e evitarmos os tiranos no poder. Para
tanto, precisaremos minuciosamente “olhar para dentro” para encontrar o “tirano”
que existe dentro nós. Curá-lo e reconecta-lo com a sua humanidade pacífica e altruísta
de fala, pensamento e atitudes.
Mas como “virar a chave”, para
evitar as repetições que a história nos conta?
- Compreendendo que não podemos
mais "cair no buraco"... para isso, vamos precisar desacelerar, silenciar,
espelhar, respirar profundamente e ampliar o espaço interno para redirecionar o
nosso caminho interior.
Na minha vida pessoal e como
psicoterapeuta, trago os ensinamentos budistas para me ajudarem. Sempre que um
paciente não percebe as repetições no enredo de sua vida, conto-lhe uma história para ajudá-lo no seu processo de transformação.
Pois somos levados pelo mar do inconsciente a repetir os nossos erros... E só a partir das relações de ajuda, das relações de vínculo e confiança com um profissional da psique, que poderemos observar lentamente o emergir
para a mudança ocorrer.
O poema, “ Autobiografia em 05
capítulos”, fala a todos nós.
1.
Ando pela rua. Há um buraco fundo na calçada. Eu caio, estou
perdido... sem esperança. Não é culpa minha. Leva uma eternidade para encontrar
a saída
2.
Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada, mas finjo não
vê-lo. Caio nele de novo. Não posso acreditar que estou no mesmo lugar. Mas não
é culpa minha. Ainda assim leva um tempão para sair.
3.
Ando pela rua. Há um buraco fundo na calçada. Vejo que ele ali está,
ainda assim caio... é um hábito. Meus olhos se abrem, Sei onde estou. É minha
culpa. Saio imediatamente.
4.
Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada.Dou a volta.
5.
Ando por outra rua.
O despertar de um novo caminho exigirá o esforço conjunto para pegarmos uma nova rota, andar por outra rua. Esforço para transformação dos valores e de vida comunitária, para assim sermos seres humanos melhores para o outro e com mais consciência planetária. Como este planeta da foto acima, sem o buraco de ozônio e com a luz da sua magnificência. Só assim, sobreviveremos a nova realidade - pelo simples, pela colaboração, pela paz, pelo ético e estético da natureza externa e interna.
Um forte abraço, Renata Calixto.
crp 06/44264-7
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@renatacalixtopsi 01/05/2020